sexta-feira, 1 de agosto de 2014
O que é e como funciona legalmente a Maçonaria no Brasil
Primeiramente,
é muito importante que o interessado compreenda que no Brasil não
existe um órgão fiscalizador para Maçonaria, portanto, diferentemente de
outros países, como na Inglaterra, por exemplo, onde uma nova loja
maçônica somente surge com o consentimento de outra loja já existente,
ou na França, país que exige a comprovação de que o pedido para abertura
de uma loja maçônica tem a assinatura de pelo menos três maçons que
conhecem o peticionário e que o reconhecem como maçom, ou como no Egito,
onde a maçonaria está proibida desde 1970 ano em que fora acusada de
desvio de finalidade, pois segundo as autoridades muçulmanas os maçons
pregavam contra o islamismo; no Brasil, a maçonaria é uma associação que
para existir necessita da autorização dos Poderes Constituídos, os
quais se expressam através da Receita Federal (para a expedição do
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), da Secretaria da Fazenda,
responsável nos Estados pelo fornecimento da inscrição estadual do
contribuinte e pela Prefeitura Municipal responsável pela expedição do
Alvará de Funcionamento. Nota-se que é bem diferente dos países que
citamos como exemplo. No Brasil, a abertura de uma Loja Maçônica
enquadra-se na Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil Brasil) que prevê nos seus artigos 53 usque 61
os requisitos para a abertura de uma associação sem fins econômicos
(termo que substituiu o "sem fins lucrativos"); uma vez seguido à risca
aquilo que preceitua o Código Civil, observando-se a Constituição
Federal e o Plano Diretor do Município onde se pretende instalar a
associação, os interessados na fundação deverão lavrar uma Ata de
Fundação e o Estatuto Social que é a Lei Máxima da organização social
que se pretende fundar, juntar uma série de documentos, inclusive dos
fundadores e encaminhar tudo para o Cartório de Títulos e Registros,
somente após esse registro em cartório é que torna-se possível obter o
CNPJ, a inscrição Estadual e a Municipal; Assim em momento algum, não há
de se falar em "permissão do GOB Grande Oriente do Brasil ou da GLESP
Grande Loja do Estado de São Paulo, ou ainda da COMAB Confederação da
Maçonaria Brasileira ou de qualquer outra maçonaria, pois a Loja ou
Potência Maçônica aberta segundo o Código Civil Brasileiro é soberana em
seus atos e assume responsabilidades por suas ações e omissões, uma vez
que está LEGALMENTE CONSTITUÍDA e Regularmente registrada nos órgão
competentes; entendendo-se essa situação legal, de fato e de direito,
não há que se falar em "maçonaria espúria" ou "Loja espúria" ou
"Maçonaria irregular", uma vez que apresentou os seus documentos em
cartório de registro e obteve o registro do CNPJ e a autorização para se
instalar concedida pela Prefeitura, ela está totalmente REGULAR; É
claro, óbvio ululante, como diria Nelson Rodrigues, que no caso da
maçonaria, não se pode pensar que tudo começa apenas com a parte legal
da abertura da associação, claro que não, os associados ou
sócios-fundadores devem entender sobre a filosofia maçônica o suficiente
para transmitirem esse ensinamento a contento dos associados; quando
digo "devem conhecer" não quero dizer que são obrigados, mas que, caso
não conheçam a fundo aquilo que estão propondo apresentar como sendo
maçonaria jamais ganharam o respeito dos associados e nem dos demais
maçons; portanto, existe uma lógica em que os fundadores sejam maçons e
tenham muito conhecimento sobre o tema; quem irá aprovar ou não a nova
associação maçônica serão os próprios associados, os quais de imediato
ou com o passar do tempo perceberão que os fundadores não conheciam
tanto assim sobre a filosofia e esses associados descontentes deixaram a
associação e como não existe associação sem associados ela terá fim, ou
no jargão dos maçons "abatera colunas"; agora, isso não significa que a
nova associação maçônica será reconhecida por outras associações, da mesma filosofia, ainda
que seus sócios fundadores ou líderes que presidem o movimento sejam
maçons experientes e conhecidos, nem existe necessidade de
reconhecimento algum, pois no Brasil quem reconhece ou deixa de
reconhecer essa nova loja maçônica (do exemplo) é o Governo Brasileiro e
basta!
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