Sem Fiéis, igrejas católicas
e evangélicas na Alemanha estão a venda.
(matéria parcialmente
extraída da Folha de são Paulo de domingo, 31/03/2013 http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1254649-sem-fieis-igreja-alema-coloca-templos-a-venda.shtml comentários do jornalista Helio A. Silva)
Vende-se uma igreja por €
135 mil (R$ 350 mil). Quem está à procura de uma capela pode conseguir uma por
€ 20 mil (R$ 51 mil).
Essas ofertas são da
arquidiocese de Berlim, que tenta há semanas se desfazer de templos que estão
órfãos de fiéis.
Com a Igreja Evangélica
alemã não é diferente. Os evangélicos criaram um site para divulgar a oferta de
170 templos e 140 terrenos.
De 1990 a 2010, 340 templos
evangélicos foram fechados no país, segundo o diário espanhol "El
País".
Embora a Igreja Católica
tenha sido liderada recentemente por Bento 16, alemão, 400 templos foram
fechados apenas em 2011, segundo a Conferência Episcopal daquele país.
O índice de alemães
católicos e evangélicos caiu 10% e 17%, respectivamente, desde os anos 1990.
POLÊMICA ATINGE RELIGIÕES E
ASSOCIAÇÕES TAIS COMO LIONS CLUB, ROTARY INTERNATIONAL, ROSACRUZ E MAÇONARIA.
O desafio
atual dessas organizações, sejam religiosas ou associativas é evitar a “quebra”
dos seus sistemas associativos. Seus lideres atuais tem uma missão, talvez mais
árdua do que seus antecessores: reverter esse quadro, estimulando a frequência,
trazendo novos adeptos e evitando que os mais velhos se despeçam.
O
grande rival ou concorrente do Rotary não é o Lions, assim como o rival da
Maçonaria não é a Rosacruz e vice e versa. O rival de todos eles chama-se “outros
tempos”.
O grande messias desses “outros tempos” chama-se internet.
Nesses
“novos tempos” as pessoas não tem motivos para sair de casa e frequentar uma
igreja ou uma associação, nelas não há nada de novo e nada se compara a atualidade que o
universo virtual pode proporcionar, desde música até filmes, livros e obras de
arte, desde estudo livre de filosofia ou um curso regular até receitas de bolo,
tudo, enfim, está na internet.
Como
enfrentar esse gigante? Talvez, aquela velha máxima valha hoje mais do que
nunca: “Se não pode vencê-lo junte-se a ele.”
O
Rotary saiu na frente e desde o ano de 2011 vem desenvolvendo o e-rotary,
portal que permite ao interessado associar-se e participar das atividades
daquela associação, pelo menos uma parte delas, aquelas que não exigem a
presença ou a formação de uma equipe para desenvolver atividades internas ou
junto a comunidade.
A Ordem Rosacruz AMORC estuda, desde o ano de 1996, para
passar seus ensinamentos que hoje são através das monografias, convertendo-as
em arquivos acessados via e-mail ou portal, esse estudo pelo visto, segundo
sabemos, encontra uma séria resistente dos rosacruzes mais antigos que fazem
questão de receber as monografias via correio, agarrados a um saudosismo
inocente, de uma prática que está com os dias contados. A Maçonaria já está
praticamente toda na internet, desde os rituais apócrifos que estão espalhados
pela rede e contam todos os “segredos” para quem quiser saber, bem como os
sites oficiais das grandes potências que facilitam o acesso dos interessados em
ingressar nas confrarias.
O
Lions Club, talvez o menos preocupado de todos, no quesito interação via
internet, amarga o primeiro lugar no ranking dos menos frequentados e dos que
mais fecharam clubes durante os anos de 2010 a 2012. A AMORC que já atingiu o espantoso número de 2 milhões de
associados no Brasil e em outros países da língua portuguesa, hoje se mantém
com 500 mil associados, que ainda é um número muito significativo, dos quais
apenas cerca de 100 mil mantêm-se realmente ativos e em dia.
A Maçonaria, talvez a mais antiga de todas e
certamente mais antiga que a Igreja Católica, essa parece não ter jeito mesmo,
está a beira de uma crise institucional sem precedentes. Um dos Grandes Orientes mais antigos do Brasil
registra três associados “adormecidos ou inertes” para cada um ativo e pagante,
ou seja, 75% do seu quadro de obreiros está praticamente “desligado da
associação.”
A salvação da Maçonaria está nas novas potências sérias que
surgiram nos últimos anos, a maioria delas trata-se de dissidência das mais
antigas, e são essas mais modernas, com métodos mais arrojados e uma
administração mais enxuta que possibilita a sobrevivência da filosofia milenar
que nunca, antes, tinha passado por situação igual.
A Maçonaria sofre pelo
desinteresse dos próprios maçons bem como dos profanos que não demonstram mais
o mínimo interesse em conhecer os seus segredos. Passa, também e para piorar a
situação, uma crise de identidade e uma notável falta de influência na maioria
dos segmentos da sociedade. Ela que entre 1960 a 1980 era responsável pela
grande filantropia no Brasil, perdeu seu posto para ONGs como a UNICEF e para
as campanhas de arrecadação, tais como: criança esperança, teleton, rede vida e
outros. Ela que já amparou a maioria das Santas Casas de Misericórdia, hoje
está mais para ser ajudada do que ajudar alguém.
A
Igreja Católica tenta uma grande reviravolta com o novo Papa, Francisco o
Argentino. Com ideias de humildade e total interação com os fiéis, prestigiando
os mais necessitados e se fazendo
incursões nas comunidades pobres do
mundo todo. A Igreja Evangélica, tanto do segmento pentecostal quanto neo-pentecostal
parece crescer no Brasil enquanto encolhe no resto do mundo. Talvez, realmente,
como dizem alguns, o Brasil seja o “celeiro da fé para o mundo moderno”.
Na
opinião deste autor, realmente tudo isso é uma grande pena. Pena que as pessoas
estejam cada vez mais fechadas em suas casas. Pena que o ser humano tenha
trocado o contato real pelo virtual e se contente com seu “imaginários amigos
da internet”, deixando de lado instituições milenares (maçonaria e rosacruz) e
sérias, algumas centenárias (lions e rotary) que tanto tem feito pela sociedade
e pelos menos favorecidos. Sem querer ser catastrófico, mas já o sendo, sei que
esse processo é irreversível e a falência de todas essas organizações, no mundo
todo, é uma questão de tempo, resta saber quanto.