terça-feira, 2 de setembro de 2014

MAÇONARIA E INDEPENDÊNCIA PARTE III SURGE GUATIMOZIM



Na representação dos paulistas, de 24 de dezembro de 1821, redigida pelo Maçom José Bonifácio de Andrada e Silva, pode-se ler o seguinte registro: "É impossível que os habitantes do Brasil, que forem honrados e se prezarem de ser homens, possam consentir em tais absurdos e despotismo... V.Alteza Real deve ficar no Brasil, quaisquer que sejam os projetos das Cortes Constituintes, não só para o nosso bem geral, mas até para a independência e prosperidade futura do mesmo. Se V. Alteza Real estiver (o que não é crível) deslumbrado pelo indecoroso decreto de 29 de setembro, além de perder para o mundo a dignidade de homem e de príncipe, tornando-se escravo de um pequeno grupo de desorganizadores, terá que responder, perante o céu, pelo rio de sangue que, decerto, vai correr pelo Brasil com a sua ausência...".

- 09 de janeiro de 1822 ? Na sala do trono e interpretando o pensamento geral, cristalizando nos manifestos dos fluminenses e dos paulistas e no trabalho de aliciamento dos mineiros, o Maçom José Clemente Pereira, presidente do Senado da Câmara, antes de ler a representação, pronunciou inflamado e contundente discurso pedindo para que o Príncipe Regente Permanecesse no Brasil. Após ouvir atentamente, o Príncipe responde: "estou pronto, diga ao povo que fico". A alusão às hostes maçônicas era explícita e D. Pedro conheceu-lhe a força e a influência, entendendo o recado e permanecendo no Brasil. Este episódio, conhecido como o Dia do Fico, marcou a primeira adesão pública de D. Pedro a uma causa brasileira.

- Em 13 de maio de 1822 ? os Maçons fluminenses, sob a liderança de Joaquim Gonçalves Ledo, e por proposta do brigadeiro Domingos Alves Munis Barreto, resolviam outorgar ao Príncipe Regente o título de Defensor Perpétuo do Brasil, oferecido pela Maçonaria e pelo Senado.- Ainda em maio de 1822 ? aconselhado pelo então seu primeiro ministro das pastas do Reino e de Estrangeiros, o Maçom, José Bonifácio de Andrada e Silva, D. Pedro assina o Decreto do Cumpra-se, segundo o que só vigorariam no Brasil as Leis das Cortes portuguesas que recebessem o cumpra-se do príncipe regente.

- Em 02 de junho de 1822? em audiência com D. Pedro, o Irmão José Clemente Pereira leu o discurso redigido pelos Maçons Joaquim Gonçalves Ledo e Januário Barbosa, que explanavam da necessidade de uma Constituinte. D. Pedro comunica a D. João VI que o Brasil deveria ter suas Cortes. Desta forma, convoca a Assembleia Constituinte para elaborar uma Constituição mais adequada ao Brasil. Era outro passo importante em direção à independência.

*- Em 17 de junho de 1822 ? a Loja Maçônica, "Comércio e Artes na Idade do Ouro" em sessão memorável, resolve criar mais duas Lojas pelo desdobramento de seu quadro de Obreiros, através de sorteio, surgindo assim as Lojas "Esperança de Niterói" e "União e Tranquilidade", se constituindo nas três Lojas Metropolitanas e possibilitando a criação do "Grande Oriente Brasílico ou Brasiliano", que depois viria a ser denominado de "Grande Oriente do Brasil". José Bonifácio de Andrada e Silva (O Patriarca da Independência) é eleito primeiro Grão-mestre, tendo Joaquim Gonçalves Ledo como 1º Vigilante e o Padre Januário da Cunha Barbosa como Grande Orador. O Objetivo principal da criação do GOB foi de engajar a Maçonaria como Instituição, na luta pela independência política do Brasil, conforme consta de forma explícita das primeiras atas das primeiras reuniões, onde só se admitia para iniciação e filiação em suas Lojas, pessoas que se comprometessem com o ideal da independência do Brasil.

- No dia 02 de agosto ? por proposta de José Bonifácio, é iniciado o Príncipe Regente, D. Pedro, adotando o nome histórico de Guatimozim último imperador Asteca morto em 1522), e passa a fazer parte do Quadro de Obreiros da Loja Comércio e Artes.


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