- No dia
05 de agosto ? por proposta de Joaquim Gonçalves Ledo, que ocupava a
presidência dos trabalhos, foi aprovada a exaltação ao grau de Mestre Maçom que
possibilitou, posteriormente, em 04 de outubro de 1822, numa jogada política de
Ledo, o Imperador ser eleito e empossado no cargo de Grão-mestre, do GOB.
Porém, foi no mês de agosto de 1822 que o Príncipe, agora Maçom, tomou a medida
mais dura em relação a Portugal, declarou inimigas as tropas portuguesas que
desembarcassem no Brasil sem o seu consentimento. Em 14 de agosto parte em
viagem, com o propósito de apaziguar os descontentes em São Paulo, acompanhado
de seu confidente Padre Belchior Pinheiro de Oliveira e de uma pequena
comitiva. Faz a viagem pausadamente, percorrendo em 10 dias, 96 léguas entre
Rio e São Paulo. Em Lorena, a 19 de agosto, expede o decreto dissolvendo o
governo provisório de São Paulo. No dia 25 de agosto chega a São Paulo sob
salva de artilharia, repiques de sino, girândola e foguetes, se hospedando no
Colégio dos Jesuítas. De São Paulo se dirige para Santos em 5 de setembro de
1822, de onde regressou na madrugada de 7 de setembro. Encontrava-se na colina
do Ipiranga, às margens de um riacho, quando foi surpreendido pelo Major
Antônio Gomes Cordeiro e pelo ajudante Paulo Bregaro, correios da corte, que
lhes traziam notícias enviadas com urgência pelo seu primeiro ministro José
Bonifácio. D. Pedro, após tomar conhecimento dos conteúdos das cartas e das notícias
trazidas pelos emissários, pronunciou as seguintes palavras: "As Côrtes me
perseguem, chamam-me com desprezo de rapazinho e de brasileiro. Verão agora
quanto vale o rapazinho. De hoje em diante estão quebradas as nossas relações;
nada mais quero do governo português e proclamo o Brasil para sempre separado
de Portugal". A independência do Brasil foi realizada à sombra da acácia,
cuja as raízes prepararam o terreno para isto. A Maçonaria teve a maior parte
das responsabilidades nos acontecimentos literários. Não há como negar o papel
preponderante desta instituição maçônica na emancipação política do Brasil.
Desde 1815 com a fundação da Loja Maçônica Comércio e Arte, que daria origem as
Lojas União e Tranquilidade e Esperança de Niterói e a posterior constituição
do Grande Oriente do Brasil em 17 de Junho de 1822, o ideário de independência
se fazia presente entre seus membros e contagiava os brasileiros. À frente do
movimento, enérgica e vivaz, achavam-se a Maçonaria e os Maçons. Entre seus
principais Obreiros, pedreiros livres, de primeira hora podemos destacar:
Joaquim Gonçalves Ledo, José Bonifácio de Andrada e Silva, José Clemente
Pereira, Cônego Januário da Cunha Barbosa, José Joaquim da Rocha, Padre
Belchior Pinheiro de Oliveira, Felisberto Caldeira Brant, o Bispo Silva
Coutinho, Jacinto Furtado de Mendonça, Martim Francisco, Monsenhor Muniz
Tavares, Evaristo da Veiga dentre muitos outros. Faz-se necessário também alçar
a figura do personagem que se destacou durante todo o movimento articulado e trabalhado
pela Maçonaria, o Príncipe Regente, Dom Pedro. Iniciado Maçom na forma regular
prescrita na liturgia e nos rituais maçônicos, e nesta condição de pedreiro
livre no grau de Mestre Maçom, aos 24 anos de idade, proclama no 07 de setembro
a nossa INDEPENDÊNCIA. Posteriormente, no dia 04 de Outubro de 1822, D. Pedro
comparece ao Grande Oriente do Brasil e toma posse no cargo de Grão-mestre,
senda na oportunidade aclamado Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do
Brasil. No mesmo dia, Joaquim Gonçalves Ledo, redigiu uma nota patriótica ao
povo Brasileiro, a primeira divulgação, depois da independência, que dizia:
"Cidadãos! A Liberdade identificou-se com o terreno; a natureza nos grita
Independência; a razão nos insinua; a justiça o determina; a glória o pede;
resistir-lhe é crime, hesitar é dos covardes, somos homens, somos Brasileiros.
Independência ou Morte! Eis o grito de honra, eis o brado nacional..."
Por -
Fuad Haddad
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